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A Cartografia poética de Luiz Alphonsus

07/01/2019 - Por ArtRio

A arte transpassa tempo e espaço. Ela está presente no ambiente quente e agitado dos bares e botecos e também no acolhimento expandido do cosmos, das paisagens e das grandes áreas abertas das cidades. Nelas, a arte se constrói por meio da memória emocional das pessoas que frequentam esses espaços, construindo uma cartografia afetiva.

Esse conceito norteia a obra do artista mineiro radicado no Rio de Janeiro Luiz Alphonsus, considerado um dos mais importantes e representativos artistas da sua geração, a dos anos 1970. Sua obra ganha uma retrospectiva, que inclui trabalhos inéditos, na mostra Luiz Alphonsus – Cartografia poética, que abre ao público no dia 16 de janeiro, no Espaço Cultural BNDES. Com curadoria da crítica de arte Daniela Name, a mostra reúne cerca de 80 obras em variados suportes, documentos, anotações e projetos.

Luiz Alphonsus vem usando diversas linguagens e suportes, sobretudo a fotografia, para realizar uma série de experimentações formais e conceituais em torno da representação da paisagem e da geografia, não apenas no que diz respeito às suas questões naturais, mas também ao contingente humano do Rio de Janeiro – relação e reflexão que podem ser transpostas para qualquer cidade do Brasil e do mundo.

– Nessas obras, as noções de mapa, itinerário e de inventário aparecem de maneira literal, mas também como ponto de partida para uma reflexão do artista sobre seus papéis e os papéis que cada um pode ter e ocupar numa cidade e no mundo – explica Daniela Name.

A exposição terá dois grandes destaques: a instalação “Ambiente” (1969), destruída pelo incêndio do MAM-RJ em 1978, que será refeita a partir das maquetes e projetos de Luiz Alphonsus. Além disso, uma obra da série “60 white meters”, inédita, ocupará a área externa da Galeria do Espaço Cultural BNDES, criando uma relação entre a paisagem ao redor do banco, especificamente a Avenida Chile, e a entrada para a galeria.

O projeto vai gerar uma série inédita de fotografias criada por Luiz Alphonsus em bares da região central do Rio de Janeiro, em uma continuidade da série “Bares cariocas”, uma das mais importantes do artista. Ao longo da exposição, ainda, caravanas partirão a pé do Espaço Cultural BNDES rumo a bares do Centro, enfatizando o boteco como uma fonte produtora de imagens, cultura e memória no Rio de Janeiro e relacionando o trabalho de Luiz Alphonsus com uma cartografia íntima para os moradores da cidade.

A exposição tem ainda um grande núcleo dedicado à fotografia experimental, muito marcante na produção de Luiz Alphonsus, no qual estão, entre outros trabalhos, “Negativo e positivo” e as séries “Encontro em um ponto” e “Remoção” (todos os trabalhos de 1970). A exposição vai exibir um extenso conjunto de trabalhos fotográficos, tanto com fotografias de variados formados, projetos de intervenção urbana e acervo documental do artista.

Além disso, trabalhos como “O observador e o passante” e “Sideral” são híbridos entre a pintura e a instalação, que ocuparão o espaço de modo não convencional, para além da parede ou outros suportes. Outro destaque são os trabalhos ligados à atmosfera repressiva da ditadura militar no Brasil, caso do objeto instalativo “Tensão” (1972) e do vídeo “Besame mucho” (1973). Completam a exposição os trabalhos em pintura e fotografia ligados ao cosmos e às galáxias, recorrentes na história de Luiz Alphonsus.

A mostra vai até o dia 29 de março. O Espaço Cultural BNDES fica na Av. República do Chile 100, Centro. Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h. Visitas guiadas: de segunda a sexta-feira, às 12h30; quartas e quintas-feiras às 18h15m. Entrada gratuita.

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