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Alfredo Volpi e Ione Saldanha: o frescor da luminosidade

23/09/2018 - Por ArtRio

A Galeria de Arte Ipanema apresenta, a partir do próximo dia 24 de setembro, às 19h, a exposição “Alfredo Volpi e Ione Saldanha: o frescor da luminosidade”, que homenageia o grande artista Alfredo Volpi (1896-1988) em seus trinta anos de morte, reunindo 66 obras suas em diálogo com outros 20 trabalhos de Ione Saldanha (1919 – 2001), com curadoria de Paulo Venancio Filho.

Na abertura da exposição, será lançado um livro- catálogo editado pela Barléu, com texto do curador e imagens do fotógrafo Rômulo Fialdini. As obras que compõem “Alfredo Volpi e Ione Saldanha: o frescor da luminosidade” são oriundas de coleções particulares de Rio, São Paulo e Minas.

Foi de Volpi a primeira obra adquirida pela Galeria de Arte Ipanema, em 1965, ano de fundação. Além de representado pelo espaço de arte, Volpi foi pelas décadas seguintes amigo próximo da família responsável pela galeria. Ao longo de sua história, a galeria sempre realizou mostras com obras do artista, em especial as individuais em 1974, 1979, 1999 e 2003. Luiz Sève lembra que uma de suas “obrigações” quando viajava para a Europa era trazer para Volpi não somente os tubos de tinta que ele usava, como o queijo
italiano pecorino, sua paixão, difícil de encontrar no Brasil.

Nesta mostra agora, a ideia é aproximar o universo de Volpi com o de Ione Saldanha. “Volpi é o inventor da alegria na pintura brasileira. A mesma que se encontra nos bambus de Ione”, afirma Paulo Venancio Filho, que aponta muitas semelhanças entre os dois artistas.

“A simplicidade rítmica de porta e janela das casas modestas, de casarões e sobrados se transferiram para a pintura de ambos. (…) Absorvem não só a geometrização arquitetural, também as cores, simples, claras, timidamente puras, caracterizam essa pintura na margem do construtivismo brasileiro, nem concretista, nem neoconcretista estrito”. “Não é só a desconsideração dos fatos e da cor local que caracteriza desde seu início a pintura de Volpi, em Ione é também ausente o elemento literário, narrativo, alegórico. Todos esses elementos tão sugestivos ambos vão desconsiderar, ignorar, e propor um espaço de construção, um ambiente real e abstrato, vivo. Para isso contribui a lírica contida, não derramada, antirretórica que um e outra manifestam. Ambos falam pouco, numa sintaxe de poucos elementos, direta, resultado de uma aquisição rigorosa e econômica dos meios pictóricos próprios”.

“As ’bandeirinhas’ de Volpi e o bambu de Ione têm conexões próximas”, salienta o curador. Para ele, as “bandeirinhas” de Volpi e o bambu de Ione têm conexões próximas. “A ‘bandeirinha’ é uma forma, o bambu um objeto, mas a bandeirinha é também um objeto e o bambu uma forma. A proximidade e afastamento, a correlação entre forma e objeto é o que desperta o interesse”. “Ninguém tinha pintado antes num bambu, mas ele estava lá e Ione o encontrou. E se transformou em uma ‘tela’ cilíndrica, um objeto pictórico. O bambu não tem lados, frente e verso, é uma superfície contínua, circular. E há ainda uma conexão plástica entre a verticalidade natural dos bambus e os mastros de Volpi, as tão frequentes diagonais
que atravessam as telas de alto a baixo”, destaca.

A exposição “Alfredo Volpi e Ione Saldanha: O frescor da luminosidade” vai até o dia 3 de novembro.
A Galeria de Arte Ipanema fica na Rua Aníbal de Mendonça, 27, Ipanema. Funcionamento: de segunda a sexta, de 10h às 19h, e aos sábados de das 11h às 15h.

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