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Renata Tassinari ‘A Espessura da Cor’ na Lurixs

01/03/2018 - Por ArtRio

A LURIXS: Arte Contemporânea abre a programação 2018, em sua nova sede no Leblon,
com a individual de Renata Tassinari, “A Espessura da Cor”, sob curadoria de Felipe
Scovino, na quinta-feira, 1 de março, às 18h.
São 15 trabalhos – dez pinturas e cinco desenhos [pintura sobre papel] – realizados entre 2015 e 2017, em que se vê planos geometrizados por cores sobre papel ou estruturas de acrílico em lugar de telas, resultado de uma pesquisa que a artista paulistana faz desde 2003.

Em uma primeira observação, as obras de Tassinari provocam dúvidas: são retângulos e quadrados soltos, justapostos, ou se trata de uma superfície contínua?
A pintura é feita sobre tela por trás da caixa acrílica ou a tinta é aplicada diretamente sobre a placa industrializada que também lhe serve de proteção? Há ainda a madeira nua, sem tinta alguma, que entremeia os planos de acrílico.
Tassinari conta que a forma de seus trabalhos tem inspiração na arquitetura urbana – fachadas, portas e janelas – de linhas e ângulos retos exclusivamente. O desenho da estrutura das pinturas é transformado em caixas de acrílico de cinco centímetros de profundidade.

A parte interna dessas caixas é pintada com tinta acrílica e a face externa ganha camadas de tinta a óleo, sem se sobreporem. O contraste da característica dos materiais, o brilho da placa acrílica, a opacidade do óleo no plano de fora e da madeira, mais o fio branco de tinta nas bordas do suporte criam um volume, que projeta os planos pintados para o espaço. As cores e a materialidade é que provocam a impressão de relevo e depressão, mas a estrutura é absolutamente plana.

Aos olhos do espectador, é quase uma mágica o que Tassinari consegue criar com as cores. E aí entra outro recurso autoral da artista: ela cria sua paleta cromática e todas as cores são bem-vindas. Nenhuma sai do tubo industrializado à venda no mercado.
“Transmitir esse caráter expansivo à cor definitivamente não é pouca coisa. Transformar a cor em algo que magicamente avança em direção ao espaço e que em outros casos, dentro da sua obra, concretamente ganha uma espessura ou dobra, como é o caso das pinturas recentes que fabricam uma imagem, como escrevi há pouco, da fratura, são características notáveis no trabalho da artista”, elogia o curador Felipe Scovino.

Dentro do que está reunido nessa exposição, há a série “Lanternas”, formada por módulos de acrílico pintados e instalados na parede em linhas paralelas verticais ou horizontais, que  dão a ilusão de hastes de luz acesas. “A partir das ‘lanternas’, os trabalhos aumentaram sua relação com o espaço”, diz a artista. O conjunto mais recente dessa mostra é o intitulado “Beiras”, que são um desenvolvimento das lanternas, de aparência mais econômica na
forma [mais estreita] e composição de cores [tons rebaixados].

Nas pinturas sobre papel, que Tassinari prefere chamar de desenhos, o plano é dividido com linhas de grafite em quadrados e retângulos. Alguns campos são eleitos para receber tinta a óleo em tons intensos ou suaves. Ambos demonstram um toque de leveza, como se o papel merecesse um contato mais fluido por ser frágil. Críticos detectam na produção da artista um chamado para um olhar mais minucioso e atento do espectador, em contraste com a dispersão vertiginosa do momento.

“Em tempos de uma desatenção acelerada, as obras da artista nos levam a nos determos sobre os detalhes, as minúcias e as singularidades de um gesto sobre o papel, a espessura do óleo ou a fresta branca (o “pulmão da obra”, o risco por onde corre o ar) que percorre os limites da pintura sobre a superfície de material acrílico transparente”, resume o curador Felipe Scovino.

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