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Prorrogada a exposição ‘Fluxo Bruto’ de José Bechara no MAM – Rio

22/01/2018 - Por ArtRio

A exposição ‘Fluxo Bruto’, do artista José Bechara, com trabalhos inéditos e que celebra os 60 anos do artista foi prorrogada.

A mostra reúne trabalhos tridimensionais em grande escala, realizados em alumínio, mármore, madeira e vidros planos, além de pinturas sobre lona. O conjunto é formado por trabalhos inéditos, alguns deles desenvolvidos a partir de obras anteriores, que ganharam “novas ativações, contaminados pelas demais peças e pelo espaço arquitetônico”, comenta o artista.

José Bechara diz que “Fluxo Bruto” propõe uma “mirada para trabalhos em permanente alteração. Em estado bruto, esses trabalhos movimentam-se no curso da produção, e devem se concluir na obra a seguir”.
“Com exceção das pinturas, todos os demais trabalhos serão ‘construídos’ no espaço expositivo durante os dias de montagem, a partir de escolhas frente às relações espaciais e de vizinhança entre as obras”, explica o artista. Na grande parede branca do Salão Monumental, com trinta metros de comprimento, estarão três diferentes trabalhos com vidros planos, pertencentes ao que o artista chama de “pesquisa recente”.

Beate Reifenscheid afirma que “José Bechara é um dos artistas mais interessantes da cena de arte contemporânea brasileira. Iniciou a carreira como pintor, com uma forma de linguagem radicalmente reduzida, compromissada, ainda hoje, com a arte concreta no sentido mais amplo da palavra. São a sua noção e o seu entendimento profundos das estruturas construtivas que formam o esqueleto interno de suas pinturas, que modulam cores num tipo de espaço flutuante, ilimitado”. Ela observa que “fica claro também que o foco do artista está sempre em penetrar o espaço e compreender suas dimensões em percepção. O concreto e o não concreto estão fundamentados diretamente no nível das perspectivas possíveis”. A curadora destaca que “na arte contemporânea, o vidro é um material recém-explorado e artistas famosos, como Pierre Soulages, Gerhard Richter e Ai Weiwei, fizeram experiências com ele. As obras em vidro de José Bechara salientam a percepção conceitual do construtivismo brasileiro e a transferem para uma abordagem contemporânea”.

O primeiro, “Rabiscada (2017)”, utiliza cerca de dez placas – transparentes e leitosas – algumas suspensas e outras apoiadas no piso com cerca de 3,5m de altura e 10m de largura. Em meio às placas, uma linha geométrica formada por cerca de 20 varas finas, com 2m cada, na cor laranja percorre toda a extensão do trabalho desenhando por vezes à frente, por trás e também suspensas ou apoiadas na parede.

O segundo trabalho em vidro, “Sobre amarelos (2017)”, compreende placas de vidro e um cubo amarelo suspensos do teto, formando vários planos sobre uma pintura também em amarelo feita diretamente na parede do Salão Monumental.

O terceiro trabalho em vidro, “Angelas (2017)”, é o que exigiu maior logística na montagem, e demandou um guindaste para içar ao local expositivo três esferas maciças de diferentes mármores, pesando a maior cerca de 1,6 tonelada e as duas menores 250 kg cada, aproximadamente. Todos os elementos (vidros e esferas) estão suspensos a alturas entre 2 metros e 30 cm do piso.

Na grande parede de concreto, ao fundo do Salão monumental, está uma nova versão da peça “Miss Lu (2007-2017)”, que teve sua volumetria ampliada e ganhou elementos “intrusos” também em alumínio, chegando ao tamanho aproximado de 10m X 10m X 3m. Na parede que faz face ao terraço, estão duas pinturas inéditas de aproximadamente 1,7m0 X 3,30m cada, além de um díptico “Musa e abismo“, de cerca de 1,80m X 5m, pertencente à coleção Dulce e João Carlos Figueiredo Ferraz, e outras duas pinturas da coleção Gilberto Chateaubriand/MAM Rio.

Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, curadores do MAM, observam que os trabalhos de José Bechara, em alumínio, mármore, madeira, placas de vidro, tinta e oxidação de emulsões de cobre e ferro, são “tridimensionais que se confundem com pinturas, bidimensionais que se aproximam de esculturas”.

“Trabalhos inéditos por estarem, de fato, sendo vistos pela primeira vez ou por reunirem peças realizadas em anos anteriores em outros arranjos, como a ampliação da volumetria original ou a adição de elementos intrusos, pensados a partir da relação com o espaço arquitetônico ou do diálogo com o conjunto da exposição”, comentam.

 

 

 

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